A Tecnoveritas realizou na passada semana o controlo dimensional da escotilha de salvamento de um dos submarinos Portugueses, da Classe Tridente, um trabalho que seria normalmente realizado por entidades especializadas estrangeiras neste caso do estaleiro construtor. A TecnoVeritas tendo sido contratada pelo Estaleiro do Arsenal do Alfeite, empregou tecnologia laser para a realização deste controlo dimensional, da escotilha que serve para salvar vidas.

Tal, por si só, não teria muito a ser dito, não fosse a antiga ligação do seu CEO (Dr. Eng.º Jorge Antunes) às escotilhas de salvamento e à Marinha Portuguesa que foi pioneira a nível mundial no uso daqueles meios de salvamento dos submarinos.

Tendo sido mandada instalar uma escotilha de salvamento nos antigos submarinos da Marinha Portuguesa, foi em de maio de 2001, no mar do Norte ao largo da Escócia durante a sua participação nos treinos OST (Operational Sea Training) que o Delfim viu o acoplar do submersível de salvamento LR5.

A Marinha de Guerra Portuguesa e o LR5

Não fosse a Marinha Portuguesa feita de uma massa especial de homens do mar, não teria sido realizado tal treino.

O acoplamento do Delfim ao LR5

Ao fim de 33 anos de serviço, o “Delfim”, preparou-se para mais um desafio, o acoplamento do submersível de resgate LR5, a realizar em Raasay no mar da Escócia. O “Delfim”, já desde 1983, que dispunha de uma escotilha de embarque a ré (bem como os restantes submarinos da classe Albacora), que tinha sido montada pelo Arsenal de Alfeite, inicialmente projetada para o veiculo de resgate americano o DRSV, por ser o único existente.

No entanto a escotilha possibilitava o acoplamento do LR5. Finalmente passados 18 anos, fez-se uso da escotilha de salvamento, através de um relacionamento privilegiado entre a Marinha Portuguesa e a Royal Navy face a uma colaboração que decorre desde 1991 com participação em exercícios de treino de navios de guerra em guerra anti-submarina OST, sendo a busca e salvamento de submarinos sinistrados uma preocupação da Marinha Portuguesa, foi decidido efetuar um exercício de acoplamento com a finalidade de certificar as escotilhas dos submarinos da classe “Albacora” .

O planeamento da operação teve início anos antes, com base em reuniões tidas com os serviços Ingleses “UK Rescuing Service” acima mencionado e o “Submarine Escape and Rescue Working Group”, culminando a 11 de junho com o acoplamento ao “Delfim” do submersível de resgate LR5, na altura o Comandante do NRP Delfim era o CTEN Silva de Pinho.

Às 12h15 daquele dia, ocorreu mais um momento singular para a Marinha Portuguesa, com a abertura da escotilha de salvamento em imersão, a uma profundidade de 146 metros, tendo se estabelecido o contacto direto entre o “Delfim” e o LR5, transitando elementos das duas tripulações entre os dois submersíveis acoplados. Após a abertura da escotilha de salvamento a 146 m de profundidade, a passagem de 17 elementos por aquela escotilha, 3 viagens do LR5 e dois acoplamentos, contribuiu para a confiança de todos os submarinistas da Marinha Portuguesa.

 

 

Figura 1  – Tripulantes do “Delfim” a bordo do LR5, prontos para o transbordo: 1ºMAR CM Gonçalves, 1º Mar E Gago, CTEN Gouveia e Melo (o Contra-Almirante das vacinas) e 1ºSAR E Calisto-Junho de 2001. Passaram pela escotilha de salvamento os seguintes elementos da tripulação do “Delfim”: 1ª Equipa – CTEN Gouveia e Melo, TEM M Ribeiro 1º SAR E Calisto, 1ºMAR CM Gonçalves e 1ºMAR E Gago; 2ª Equipa – 1ºTEN EN-AEL Sousa, 1TEN M Teles, 1SAR HE Azevedo, 1º SAR T Santos, e 1ºMAR CM Rolo; 3ª Equipa – 1ºTEN M Lucena, 2ºTEN EN-AEL Pica, 1ºSARMQ Gomes, 1ºSAR MQ Cerqueira, CAB R Fernandes e 1ºMAR CM Santos.