A produção de energia elétrica a partir de fontes de energia não renováveis contribui significativamente para o aquecimento global, alterações climáticas, e poluição atmosférica, para além de que utiliza recursos esgotáveis. Contudo, é uma energia fácil de obter, não dependendo de condições atmosféricas, ao contrário do que acontece com a maioria das fontes de energia renováveis.

Os setores dos transportes e da fabricação de bens são dois dos que mais contribuem para a poluição ambiental, não só quanto a emissões de CO2 como de NOx e PM (Particulate Matter – partículas), sendo altamente prejudiciais para a saúde humana.

Segundo a OMS, a poluição do ar causa cerca de 24% de mortes por doenças cardiovasculares, 25% por acidente vascular cerebral, 43% por doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) e 29% associadas ao cancro do pulmão. Em 2016 o ar poluído no exterior causou a morte a 4,2 milhões de pessoas.

 

Soluções (?)

É imperativo resolver este problema que está a condicionar a vida no nosso planeta. Se, por um lado, necessitamos de energia para viver da forma como vivemos, por outro a forma como esta é produzida está a matar-nos.

Surge então a questão: O que fazer? Qual é a solução? Infelizmente a resposta não é tão assertiva e positiva como gostaríamos. Neste momento, em pleno século XXI, onde se diz que a inovação e a tecnologia imperam, não há uma solução ou um método eficazes para resolver este problema.

 

 

Gráfico 1 – A principais fontes emissoras de CO2 , na Europa. Fonte: OMS

É verdade que já existem várias soluções e métodos no mercado, mas não são suficientemente eficazes, e para além da sua baixa eficiência, existem outras condicionantes desde interesses políticos a monetários.
As Energias Renováveis e Outras Soluções

Tem existindo uma crescente adesão e inovação das energias renováveis (cada vez mais rentáveis e produtivas) quer por particulares como por organismos públicos, apostando nas energias Eólica, Hídrica, Solar e outras, permitindo reduzir a poluição atmosférica e continuar a utilizar a energia elétrica para as atividades do quotidiano.

Em março de 2018, Portugal consumiu energia elétrica produzida através de energias renováveis durante 69 horas. Apesar destes casos serem positivos ainda são pouco significantes em comparação com os danos causados até hoje. No entanto, é necessário que se continue a investir nestas tecnologias e a desenvolvê-las, para as tornar mais e mais viáveis. A inovação poderá ser um elemento preponderante para tal.

 

Uma das soluções desenvolvidas pela TecnoVeritas passa pelo tratamento de combustível que, apesar de não reduzir completamente as emissões e de permitir o contínuo uso de combustíveis pesados, possibilita uma redução dos consumos e uma redução de emissões, nomeadamente, NOx (30% de redução) e de PM (80% de redução), constituindo uma tecnologia de transição.

Esta solução, denominada Enermulsion, pode ser aplicada à indústria que ainda utiliza combustíveis pesados tais como fuelóleo pesado. O conceito é baseado numa tecnologia por ultrassons que permite a emulsificação de água no fuel resultando numa mistura estável e numa queima de combustível mais completa e limpa. Este processo é uma inovação na forma como o tratamento do combustível é feito, tendo sido já distinguido com uma menção honrosa em 2013 do Green Project Awards e, mais recentemente, em novembro de 2018, o 2º lugar do Prémio Motorship, para projetos de redução de emissões NOx em navios.

 

Enermulsion 3D Model

 

Imagem 1 – Enermulsion uma solução de transição para reduzir emissões, em particular NOx e PM.

 

A verdade é que ainda muito pode ser feito, e estamos a assistir a uma transição da sociedade na forma como se produz e utiliza a energia, onde a inovação terá um papel preponderante na procura de novas soluções alternativas às atuais que estão a destruir a vida como a conhecemos.